Autor: Mario Arthur Favretto
A sociedade e as culturas ao
longo de toda a história têm buscado explicações para os mais variados
fenômenos que ocorrem no cotidiano humano, eventos aleatórios e coincidências sempre são interpretados como de origem paranormal. Aparentemente as pessoas
não conseguem apreciar a realidade em sua plenitude, difícil compreender o
motivo de não enxergarem sua beleza, sempre preferindo respostas mágicas.
As pessoas em geral
simplesmente aceitam o que lhes é ensinado quando na infância, em uma época em
que o cérebro ainda está se formando, pré-disposto a conhecer o mundo, os pais
enchem a mente das crianças com convicções relacionadas ao paranormal. E assim
estas ideias ficam impregnadas na mente humana, passadas de geração em geração,
afastando as pessoas da beleza da realidade e do conhecimento científico. Se
tais crenças permanecessem apenas para si não haveria problema nenhum, porém
elas são levadas ao nível do fanatismo, assim os pais negam a seus filhos a
liberdade de questionar e pensarem por si mesmos ou de modo diferente. Piorando a situação, doenças
não são tratadas de forma correta pelo fato de as pessoas apelarem para a
crença e não para a ciência médica e guerras são originadas em nome das
crenças.
O não questionamento permite que ideias sejam
usadas para justificar as mais variadas barbáries e omissões, daí advém a necessidade do ceticismo, do questionamento, da dúvida. Se os eugenistas
tivessem dúvidas quanto aos seus atos o holocausto teria ocorrido? Se os
terroristas motivados pelo fanatismo religioso tivessem dúvidas quanto ás suas
crenças, cristãos e islâmicos estariam em guerra desde a antiguidade? A
convicção plenamente aceita pode gerar inúmeros atos atrozes.
Onde então percebemos que apenas o amplo
questionamento e análise por diferentes pontos de vista podem permitir um
aperfeiçoamento do conhecimento humano, expondo todas as crenças ao crivo de um
pensamento crítico. Relegando nossos desejos de existência de sobrenatural à
lixeira de nossos pensamentos e permitindo que a racionalidade e o questionamento plena possam agir
sobre as questões relacionadas ao avanço da ciência e do conhecimento. Sem mais
atos originados de fanatismo, sem mais omissão de doenças em prol de curas
supersticiosas inexistentes, sem mais impedir as pessoas de questionarem. O
cotidiano em sua beleza real, pois um jardim não precisa ter fadas para ser
considerado belo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário